Acredito que são raras as mulheres de hoje que nunca se aventuraram pelo mundo das colorações capilares. Mais raras ainda àquelas que nunca foram vítimas de um cabeleireiro despreparado, que deixou sua raíz mais clara que o restante do cabelo, ou errou completamente a cor e outros deslizes tidos como primários pelos melhores profissionais do mercado.

Eu mesma já passei por isso diversas vezes, e recentemente, tentando encontrar um colorista por um bom custo benefício, para indicar pra vocês aqui no blog, acabei caindo em outra cilada do gênero. Conheci há alguns meses um cabeleireiro muito simpático que acabou se tornando um ‘amigo’, pois sempre estávamos nos esbarrando nos congressos e nas ruas da vida, sendo que trabalhávamos em locais próximos.
Em um de nossos encontros, ele me disse que havia deixado o salão onde trabalhava e estava tentando carreira solo, num salão que abriu na famosa Rua Augusta. Já havia visto alguns cortes dele, principalmente um lindo que ele fez em sua assistente crespa, assim como a coloração que ela ostentava, que combinava bem com seu tom de pele. Intui que deveria dar uma chance a ele, que não era dos mais baratos, mas também estava longe de ser considerado elitizado.
Fiquei me sentindo um espantalho
de filme de terror, com os cabelos de espiga de milho

 

Eu precisava retocar minhas luzes e queria manter o tonalizante puxado para um tom acobreado, que eu amo de paixão e combina perfeitamente com o meu tom de pele, e principalmente, com a minha personalidade. Ao bisbilhotar a cartela de cores dele, encontrei a cor exata e imaginei que não teria problemas. Resolvi dar uma chance a ele, ou seja, entregar minhas madeixas em suas mãos para a coloração, e com isso, gerar uma boa matéria para o blog, e consequentemente, uma boa indicação que não fosse tão cara para meninas que não têm condições de investir em um salão de alto nível.
Com a cara, coragem e confiança, combinei com ele numa quinta-feira, após meu expediente, e lá fui eu. Iria entrevistá-lo naquele mesmo dia, durante o procedimento, mas descobri que ele não conseguia fazer duas coisas ao mesmo tempo, e resolvi deixar para depois. Ele e a assistente fizeram as luzes no meu cabelo onde usaram papel laminado. Até aí, ok. Sei que alguns salões que fazem um bom trabalho também usam. O que eu estranhei é que tive que ficar com as luzes durante muito mais tempo que de costume, e inclusive, fui parar embaixo de uma daquelas maquininhas para acelerar o procedimento. Acontece que meu cabelo é MUITO fino e poroso. Qualquer cabeleireiro percebe isso só de tocar. Além disso, é crespo e absurdamente sensível. Mas enfim, eu já estava lá com toda aquela parafernália na cabeça e tive a crença que ele sabia o que estava fazendo, mas não foi bem assim.
Essa não sou eu, mas esta foi exatamente a cara
que fiz no dia seguinte quando vi o meu cabelo

Como eu estava virada para o espelho, percebi nitidamente que as luzes abriram demais. Eu não estava loira. Eu estava blond, plantinada. Parecia até que eu havia feito uma decapagem, processo que não recomendo para nenhum ser vivo. Enfim, após a ultra descoloração, a assistente me encaminhou para o lavatório. Percebi que meu cabelo estava mais que ressecado, ele estava a um passo de um corte químico. Eu me surpreendi com a textura, mas pensei: tenho que acreditar. Ainda no lavatório, a assistente besuntou meu cabelo com um condicionador bastante pastoso. Foi quando a questionei: – Esse creme tem silicone? – (Silêncio total). Repeti a pergunta: – Esse creme tem silicone? ( Silêncio mortal) – Respirei fundo e falei: fulana, você não tá me ouvindo não? – E ela: Não sei…  Ou seja, tinha todos os silicones do universo. E para quem segue a rotina low poo/no poo como eu, aquilo seria um desastre capilar. Detalhe: eu já havia combinado com o meu ‘amigo’ para usar nos meus fios apenas produtos sem estas gororobas, mas… E adivinhem onde estava ele nesse momento, sendo que só havia eu de cliente ali? Dúvido que vocês adivinhem. Ele estava ouvindo música com fone de ouvido mais adiante. Lindo, não? Você vai lá dar uma chance pro cara, sem desconto algum (porque quando pedi ele se embananou todo e depois deu uma desculpa) e é assim que você é tratada. Nessa hora percebi que estava numa grande roubada, mas não havia muito o que fazer.

Para piorar a minha situação, a assistente pegou um daqueles pentes redondos com os dentes beeeem fininhos e começou a desembaraçar meu cabelo recém descolorido da raíz para as pontas, e não o contrário como deveria ser. Nessa hora, quase tive um ataque epilético. Fui reclamar e ela se fez de sonsa, como havia feito anteriormente quando perguntei sobre o silicone. Continuou arrebentando meu lindo cabelinho. E o ‘profissional’ aonde estava? Ouvindo música, é claro.
Achei essa foto na internet que consegue traduzir parcialmente o que ocorreu comigo. Esta blogueira, que chama Cristina Amaral, e pelo visto também passou por esta tortura, mas ao menos não estava com os fios detonados no pós-luzes erradas. Gente, imagina isso no meu cabelo fino e crespo, que foi mega descolorido errôneamente, e começando assim pela raíz. De chorar, não? Não é à toa que estou até agora tentando recuperar meus fios.

Abandonada nas mãos da assistente totalmente despreparada e já com o tonalizante na cabeça, aguardei ansiosamente o momento do grand finale. Quando deu o tempo da matização, notei que ela pegou um tubo grande de gel ( pelo menos era da Deva Curls) e deixou ao meu lado. Ainda tentei alertá-la de que há tempos não estilizava mais com gel, que meu cabelo preferia sem, mas quando eu menos esperava, apareceu o moço do fone de ouvidos e melecou o meu cabelo de gel, ainda sem nenhum leave-in molinho por baixo, ou o abençoado One Condition da Deva para proteger meus fios recém estragados.

Meus cachos perderam a definição e ficaram assim oriçados no dia seguinte.
Ressecamento que beirou ao corte químico. Tive muita sorte!

 

Com os fios emplastados de gel, fui para a estilização, e para a minha surpresa ele usou a toalha comum para amassar meu cabelo, ao invés da descartável ou papel toalha, que são os apropriados para um cabelo crespo. Usou o difusor, mas depois tirou o bocal para dar mais volume, porque eu gosto. Até aí tudo bem. O resultado também me surpreendeu a princípio. Acredito que era porque já eram oito horas da noite, eu estava exausta, e meus fios ainda estavam bem impregnados pelo tonalizante acobreado que escolhi. Miraculosamente, havia ficado ótimo. Eu pedi para ele não cobrir o fundo e ele não cobriu, e o cobre gritava na minha cabeça. Era a cor que eu queria. Com o cabelo detonado, mas com a cor que eu acreditava que estava correta, fui para casa dormir. Pobre de mim. Não sabia o que me esperava no dia seguinte.
Quando acordei e fui lavar e hidratar meu cabelo, que estava uma meleca, (ele também colocou pomada oleosa) tive um grandessíssimo choque. Meu cabelo além do aspecto palha, estava amarelo. Repetindo: A-ma-re-lo. Eu estava parecendo um espantalho daquele filme de terror, A Colheita Maldita. Em pânico, resolvi voltar ao salão durante a tarde para ver se ele corrigiria aquilo pra mim. Também pretendia dar um feedback pra ele dos erros que foram cometidos aquele dia, o que faria por qualquer amigo, para que aquilo não se repetisse com outra cliente.

Josy Rocha: excelente colorista do Studio Lorena,
que corrigiu o estrago que fizeram no meu cabelo

Chegando lá, fui logo o colocando a par do que tinha acontecido, e ainda disse que sabia onde estava o erro. Ele havia aberto demais as luzes, e não precisava, e por isso, quando fui lavar, o tonalizante desbotou tanto e o cabelo ficou amarelo daquele jeito. Para minha surpresa, a expressão dele mudou. Ficou emburrado. Parecia uma criança que teve o trabalho de classe reprovado pela professora. Nessa hora, eu percebi que ele não sabia receber críticas, e achei melhor parar por aí, pois tudo que eu pudesse falar não iria adiantar de nada. Perguntei se ele arrumaria meu cabelo e como o faria, ele se comprometeu a arrumar bem a contragosto, mas não soube me explicar como faria para consertar o erro. Foi nessa hora que minha ficha caiu e eu saquei logo que ele não entendia nadinha de colorimetria. Agora a pergunta que não quer calar: se a pessoa não estudou sobre algo, como vai trabalhar com isso? O que funciona pra beltrana, não vai funcionar para ciclana. São cabelos diferentes, estruturas diferentes, porosidade, abertura de cor etc e tal. Fiquei abismada. Mas o pior ainda está por vir. Ele ficou tão incomodado com a crítica, que praticamente saiu correndo do salão e me largou lá sozinha (digo sozinha porque a assistente estava brincando no celular). Ele disse: Você vai ficar aí? Porque tenho que ir ali numa loja! – e simplesmente vazou, me deixando ali aturdida e abandonada com aquele cabelo de colheita maldita.

De qualquer forma, jamais cometeria o mesmo erro duas vezes. Também não entregaria meus fios a um profissional que não sabe lidar com críticas e não entende bulhufas de colorimetria. Nessa hora, procurei quem eu considero ser uma das melhores coloristas de São Paulo, a Josy Rocha, do Studio Lorena. Me lembrei dela na hora porque ela já havia corrigido uma outra caca que fizeram no meu cabelo. Ela corrigiu a cor quando deixaram meu cabelo laranja fosforescente, quando meu objetivo era um castanho cor de mel. Enfim, procurei por ela no facebook que, como sempre, foi super solícita, me atendeu de imediato. Não consegui esperar sequer um segundo e fui correndo pro salão. Não conseguia me olhar no espelho. Além de acabar com o meu cabelo, o cara conseguiu massacrar minha identidade, porque eu não me reconhecia de jeito nenhum.
A colorista Josy Rocha se baseia na estrela de oswald
ao invés de ‘tentar a sorte’ na cabeça dos clientes
Meia hora bastou para que a super Josy resolvesse o problema. Ela me explicou tim tim por tim tim como faria a correção, baseado na Estrela de Osvwald, aquela das cores. Coisa que quem estudou colorimetria conhece muito bem. Tinha certeza absoluta que estava em boas mãos. Meu cabelo ficou exatamente da cor que eu queria, mas ela me alertou para jamais entrar novamente nessas ciladas. Me explicou também era possível meu cabelo chegar na cor que eu queria sem passar o tonalizante, com a própria descoloração. E acentuou ainda mais o erro cometido: de que o cabeleireiro havia aberto demais as luzes, o que não era necessário, pois meu objetivo não era ficar loira. Também disse que eu corri o risco de sofrer um corte químico de tanto que meu cabelo ressecou. Por outro lado, me alertou que o tonalizante, desta vez, desbotaria mais rápido, justamente por causa das luzes mal feitas. Nesse caso, eu terei que passar por outra tonalização. “Como foi retirado muito pigmento, precisaremos repor essa cor na mesma proporção”, me alertou ela quanto à necessidade de voltar para o salão em breve.
Nessa foto é possível ver o excelente trabalho realizado pela Josy Rocha. Finalmente com os cachos acobreados, do jeito que eu queria! Só lamento não ter clicado a foto do antes. Estava tão desesperada com aquele cabelo que nem pensei que poderia gerar esse post. Prometo tirar uma foto dele desbotado, que ficará próximo do que estava, pra mostrar pra vocês

Ciente disso, fui vendo o amarelo querendo dar as caras essa semana, e já estou pronta para marcar meu retorno ao salão e tonalizar novamente. Prometo que tiro fotos do meu antes e depois pra vocês acompanharem o causo. Para a minha sorte, conhecia a Josy que solucionou o problema e me deixou prontinha para cobrir o evento Encrespa. Mesmo com a cor corrigida, senti que meus cachinhos não eram mais os mesmos. Estou numa grande batalha com o cronograma capilar, investindo em reconstrução, nutrição e hidratação para ter meus fios 100% saudáveis de volta. Confesso que não está sendo fácil.

Compartilhei minha história trágica com vocês para que sirva de alerta. É impressionante como há profissionais despreparados no mercado. Infelizmente, só nos resta juntar uma grana e ir num salão elitizado, procurar um profissional de confiança, de quem já tenha acompanhado vários trabalhos e não na sorte, como a bonita aqui foi. Por esse e outros motivos, acabando meu curso de cortes agora em dezembro, vou estudar coloração, também no Senac, mas não pretendo parar por aí. Quero continuar me reciclando e pretendo fazer uns estágios de cor com a Josy e de cortes com a Dani, do Floreal Clínica dos Cachos.

Com a cor ‘corrigida’, meu astral mudou e pude aproveitar em grande estilo o evento Encrespa, que aconteceu no Parque da Água Branca, em São Paulo. Nesta foto estou com a amiga cacheada, Kátia Cilene
Decidi não citar o nome do profissional despreparado porque minha intenção aqui não é denegrir a imagem de ninguém e sim compartilhar experiências e aprendizados. Mas se você costuma frequentar a região que ele trabalha e não quiser correr o risco, é só me chamar inbox que eu entro em detalhes. Como tive um péssimo resultado lá, obviamente que não terá uma matéria de antes e depois como havia combinado com ele. Mas quer saber… foi melhor assim, vivendo e aprendendo! Acho que desta vez eu finalmente aprendi com o  erro. E você? Tem uma história parecida? Compartilhe com a gente aqui: preciosasbobagens@gmail.com.
Não quer cair numa cilada de coloração? Pinte com a Josy Rocha, veja os contatos abaixo:
​Studio Lorena

Alameda Lorena, 1998 – Jardins – São Paulo-SP

Tel: 3016-8899

(11) 9-6899-2912 (oi)

(11) 9-8486-1353 (tim)

email: josy.stone@ig.com.br

  1. Já cai na mão de cabeleireiros estudados e que entendiam tudo de colormetria, amável não? Mas também já tive o cabelo detonado tanto em casa, com a prima que aprendeu na internet como em salões sem estudos nenhum. De dar medo não é? haha
    Beijos!

    mabeato.blogspot.com

  2. Nem me fale, Marfim… Sorte que no fim deu tudo certo!

    Vivendo e aprendendo, Marcella. Pena que uma hora ou outra acontece um desastre. Ainda bem que surge um super herói pra consertar o erro! bjks

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