A Emanuela chegou na Garagem dos Cachos pela primeira vez, no início de abril. Arrependida de ter feito uma progressiva que acabou com o seu cacheado natural, além de ter deixado seu couro cabeludo extremamente oleoso, ela estava decidida a fazer o big chop.
Emanuela chegou à Garagem dos Cachos decidida a se livrar da progressiva que acabou com seus cachos naturais

Expliquei a ela, que como havia feito o alisamento pela última vez há três meses, tinha apenas uns três centímetros de cabelo natural, e que para tirar completamente a química, ela ficaria com o cabelo bem curtinho, joãozinho mesmo.

A progressiva tirou de Emanuela o que ela mais gostava em seu cabelo: o volume

Eu particularmente acho lindo um corte ‘joãozinho’, só que, infelizmente, vivemos numa cultura que associa os fios compridos e lisos à feminilidade, e a maioria das mulheres tem medo de perder a feminilidade se reduzir o tamanho dos fios. Para a minha total surpresa, Emanuela não pensava assim.

Ao contrário da maioria das mulheres, Emanuela não associa o comprimento dos fios à feminilidade

Ela simplesmente me disse, com a maior tranquilidade do mundo: pode cortar! Ela sentia falta do cabelo natural, mas especificamente do corte que fez para o dia do seu casamento.

Emanuela sentia saudade dos fios naturais e do corte que usava no dia do seu casamento

Mas ela sabia que para resgatar os fios naturais teria que cortar bem curtinho ou encarar um longo período de transição, que para ela estava fora de cogitação.

Emanuela recém-liberta da possessiva durante o seu primeiro big chop, que já conseguiu eliminar toda a química

Emanuela ficou bastante satisfeita, e já no primeiro corte, eliminou toda a parte quimicada, e se sentiu melhor consigo mesma.

Com os cachos naturais, Emanuela percebeu que sua identidade havia sido resgatada

Seus fios, do tipo 3A, rapidamente deram o ar da graça. E qual foi a minha surpresa quando ela voltou após 1 mês e meio para retocar o corte. O cabelo já havia crescido um bocado.

1 mês e meio após o bc, Emanuela voltou à Garagem dos Cachos para retocar o corte curtinho, 
que se adaptou muitíssimo bem

O que a levou a fazer a progressiva foi a autoestima baixa, decorrente de complicações de uma endometriose, que não foi diagnosticada de imediato, e que a levou a ganhar 20Kg em dois anos. ” Como eu disse pra você, eu faço um tratamento para endometriose e esses medicamentos tem vários efeitos colaterais, o pior deles é uma grande retenção de líquidos, o que resulta num ganho de peso considerável.  Eu sempre fui muito magrinha (abaixo do peso mesmo) e, de repente, quando descobri essa doença. passei de 48Kg para 68 em questão de dois anos. Imagina pra uma pessoa que sempre se viu magra, de uma hora pra outra, ganhar tanto peso. Não foi nada fácil… “, desabafou ela.

Ela me contou que a Endometriose, doença que atinge 6 milhões de brasileiras, e também a atingiu, foi responsável por minar sua autoestima e levá-la a fazer a progressiva para se sentir ‘adequada’ nas entrevistas de emprego

Emanuela é arquiteta, e estava procurando emprego neste período, onde se deparava com várias concorrentes com o cabelo padrão, ou seja, esticado. ” Com minha autoestima destruída, eu tentei parecer um pouco mais com todo mundo, e eu só convivia com mulheres de cabelos lisos e progressivados”.

Remover a progressiva, ajudou Emanuela a amenizar o excesso de oleosidade da raiz

Além disso, o ganho de peso ocasionou uma pressão muito grande em sua vida, decorrente do preconceito social: “Muita gente não entendia (e não entende até hoje). Diziam que eu ganhei tanto peso porque eu comia demais… e muitas outras coisas que nem vale a pena mencionar. Tem esses benditos calorões (exatamente como na menopausa) o que fez aumentar também o suor…pele (acne que até então eu nunca tive) e couro cabeludo bem mais oleoso.”

Curtinho sim, mas moderno, natural e extremamente feminino

Acontece que assim que ela aderiu à progressiva, se arrependeu: “Sempre detestei escova e chapinha e acabei virando refém delas, e aquele problema de oleosidade só piorou, porque era bem mais difícil lavar sempre que eu quisesse.” Ela que também adorava volume, acabou com um cabelo estático, que descreveu como ‘muxoxo’.

Após o BC, Emanuela percebeu que o que realmente precisava naquela época, era mesmo um bom corte, e alguém para ajudá-la a levantar sua autoestima. Hoje ela faz acompanhamento com nutricionista, para tentar reter menos líquido, e participa de um grupo de apoio chamado GAPENDI ( Grupo de Apoio às Portadoras de Endomentriose e Infertilidade), onde um grupo de mulheres, que passam pelo mesmo problema dão apoio e informações umas pras outras. O apoio do marido também têm sido fundamental para Emanuela enfrentar a doença, que demorou para ser diagnosticada. “Meu próprio médico ajudou a minar com minha autoestima, ele não acreditava nos meus sintomas, e um dia disse na minha cara que se eu não me cuidasse iria ficar muito pior quando engravidasse”. Com o grupo, ela percebeu que não era a única a passar por esta situação, e que também existem bons profissionais para ajudar: “Meus médicos de hoje sabem exatamente o que estão fazendo e me ajudam em todas essas questões.”
O apoio do marido foi fundamental pra Emanuela passar por esta fase, resgatar seu cabelo natural,
e consequentemente, sua autoestima
Emanuela também conta que é difícil que as pessoas parem para ler sobre o assunto, mas os últimos estudos estimam que pelo menos 6 milhões de brasileiras tenham endometriose, mas a maioria desconhece o fato. ” Algumas como eu, tem fortes sintomas, e mesmo assim, como todo mundo diz, mulher com cólica é normal, e por isso, acabam deixando de lado. Outras não tem nenhum sintoma, e só descobrem tarde demais, quando estão mais velhas, tentam engravidar e não conseguem. Infelizmente a maioria dos médicos não tem o conhecimento necessário para diagnosticar a doença. Mesmo o Brasil sendo um pioneiros no diagnóstico e tratamento. Me dá muita angústia em saber que tanta gente vai sofrer por falta de conhecimento”, ressalta.
Para ela o BC trouxe de volta a liberdade de poder ser quem realmente é, e principalmente, de poder transmitir isso para sua sobrinha: ” a única pessoa além de mim que tem cabelo enrolado na família”. Quando ela alisou, foi questionada pela mesma: ” Ela perguntou se eu tinha jogado meus cachinhos fora e ficou super empolgada quando eu disse que ia buscar eles de volta. Hoje posso lavar meus cabelos sempre que quiser, não preciso mais ficar preocupada com a chuva. É sempre maravilhoso olhar no espelho e me reconhecer, ver refletido nele a minha personalidade.”
Gostou do corte? Quer cortar também? Minha garagem fica em São Paulo, capital, pertinho do metrô São Judas. Para mais informações, me adicione no Facebook Sabrinah Giampá, e me chame inbox. Se preferir, escreva para cachosefatosoficial@gmail.com. Também vendo os produtos da Deva Curls, que são liberados para as rotinas Low Poo e No Poo.
 
* Tive autorização da minha cliente para divulgar essas fotos
 
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